Aquário de Amor



(Por Osny Alves)

Mergulhamos num mar profundo, e ali vemos tantas maravilhas! Compartilhamos conhecimento de mundo, as melhores e piores experiências, como se fossem tubos de ensaio em um laboratório só nosso. Em um mar onde pulamos sem máscaras, sem acessórios, sem medo.
Mergulhamos assim pois a companhia que mergulha conosco é tão bem vinda que não nos preocupamos com os tubarões ou piranhas. O mar pode ser de todos, o rio também! Mas nesse aquário que chamamos de mar, esse sim é nosso! É onde mergulhamos e conseguimos rir um do outro e um para o outro, felizes por descobrirmos juntos as maravilhas e as dores dessa realidade só nossa, desse sonho recheado de utopia, dessa coisa que nos puxa para sermos felizes.
Até que um tubarão ou piranha coma um ou o outro, mas é por isso que mergulhamos num aquário, com uma proteção de vidro, a nossa fortaleza que chamamos de lar! A nossa armadura, o nosso recanto de amor. E cada vez que mergulhamos é como se voássemos no submerso, conhecendo cada estrela do mar, cada perola e ostra desse universo subaquático, onde os cavalos marinhos puxam suas carruagens cheio de estilo, elegantes, poderosos, onde raias voam sedutoras e águas-vivas iluminam nosso dia a dia como se fossem lustres de cristal.
E o nosso mergulhar é tão intenso, que parece que voamos em vez de nadar, um nado que nada pode nos deter, até que envelheçamos juntinhos, coloridos de amor, numa democracia só nossa, sem cobranças e sem desconfianças, pois a única coisa que nos move é o amor, aquilo que fora desse aquário já está em extinção, caçado e pescado pelo prazer momentâneo, que a vida tem imposto a todos aqueles que vivem na superfície de um relacionamento. Então vamos mergulhar enquanto o amor estiver a salvo nesse aquário de amor.  

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