NEM UMA COISA NEM OUTRA...
A chuva caiu no pedaço envolta em meus abraços. Tanta gente fugindo dela. Não vejo razão para tal. Talvez escondam a sua maldade.
É que a água lava tudo até as más línguas – Já dizia a minha avó! E olha que de sabedoria os idosos tem toda na ponta da língua.
O sol agora apareceu e brilhou. Tanta gente procurando a sombra. Se escondendo com medo de perder a beleza. O sol faz a alma cheia e até nos bronzeia. O sol quando nasce é para todos! – Já dizia o meu avô! E não é que tinha razão.
Não se pode ter o sol na eira e a chuva no nabal.
Muito questiono quem se intitula grande orador. Falam , falam, falam e não dizem nada. Tudo para a carneirada bater palmas. Elas batem em compasso.
Oram muito os trovadores, enchem a pança em almoços e jantares, viagens pagas a belo prazer, fraques da última moda, carro janota e até dormem a sesta a qualquer hora de trabalho. E a carneirada bate palmas.
Falam e garantem tanta coisa boa mas por outro lado vivem na sombra com medo que o lobo mau lhes roube o sustento... E a carneirada essa bate palmas.
Ouvem falar aqueles que apenas procuram o pão. Também se juntam para ouvir a música. E até nem tem nada... mas cantam, pulam e dançam alegrando o coração na esperança de um dia alcançar quem as palavras declama. E a carneirada bate palmas...
Ora agora escolham lá digo eu:
- É melhor ter tudo e andar sempre com medo do alheio. Ou cantar, pular e dançar e a carneirada seguir sem reclamar?
Pois eu cá não quero nem uma coisa nem outra. Bens não quero nada! Nem quero seguir a carneirada. Quero apenas viver e não só existir. Lutar pelos sonhos, amar e ser feliz!
Nuno Garcia 08 de Agosto de 2014
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