BORBOLETA TRISTE.
BORBOLETA TRISTE
(Por
Maristela Ormond)
Esperei tanto tempo dentro de um casulo.
Fui
crescendo, desenvolvendo, virando, apertando...
Minhas
asas que estavam por se formar doíam a cada movimento.
Tive
que encontrar um esconderijo, para que não fosse predada por uma maldade
qualquer.
Foram
fases doloridas da metamorfose até que um dia ela aconteceu e pensei: Vou sair
e conhecer o mundo. Um mundo tão colorido quanto minhas asas.
Quando
consegui voar pelo mundo, pousei de flor em flor, retirando o néctar da vida.
Encontrei
muitos predadores, precisei de uma boa camuflagem para sobreviver a eles. Mas o
maior predador que encontrei, disse-me um amigo, se chama homem.
Foi
dele que tive que fugir e voar para muito, muito distante...
Observei
lá do alto que esse homem, era muito cruel, não só comigo como para outros
seres e principalmente para com os de sua própria espécie.
Pensei
muitas vezes, porque ele seria assim?
Será
que o sofrimento de sua metamorfose foi muito mais dolorida que a minha?
Pousei
então em mais alguns lugares e observei o mundo que pensava colorido, mas não
me agradou o que vi e torne-me uma borboleta triste, por tudo que vi e aprendi.
Minha
vida é muito curta e por isso tive que partir sem compreender...
Tomara
que esse homem tenha uma vida mais longa e possa mudar algumas coisas.
Tomara
que ele possa retirar o néctar da flor e saborear o vento doce em seu rosto e que
perceba que por mais longa que seja sua vida, precisa viver sem ser predado
pelo outro, para voar cada vez mais distante para um lugar chamado Felicidade.
Comentários
Postar um comentário