E o HOMEM criou deus




A Bíblia relata que Jesus veio instaurar uma nova etapa na evolução da humanidade - a etapa Espiritual! Parafraseando as lendárias palavras de Buda: “A noite do erro deixou de ensombrar a alma do homem: levanta-se no horizonte o sol da sabedoria; estão aferrolhadas finalmente as portas que levam à existência angustiosa e miserável; patenteia-se a estrada do céu.".
Oh! Como é enganosa a ideia que fazemos de nós mesmos, como seres humanos que somos. E, se isso é verdadeiro, como poderemos transcender a condição por demais superficial e artificial que é a condição humana? E como essa condição, enquanto aceita passiva e resignadamente, impede o homem de ter experiências em esferas mais altas, infinitas e eternas do viver pleno para o qual foi destinado originalmente?
Chegamos a um ponto de altíssimo desenvolvimento tecnológico. A Ciência penetra em todos os campos do conhecimento humano - quer na exploração das profundezas dos mares, quer na exploração do espaço sideral. No entanto, ainda é pouco, ainda é muito pouco. Encontramo-nos neste ponto. Não há mais aventuras a serem empreendidas pelo homem. E a população aumenta e o mundo vai ficando pequeno demais e podemos até pensar que chegará o dia em que seremos tantos, que a cada um caberá um metro quadrado, se tanto. Aí então, se entredevorar-se-ão mutuamente. Aliás, já podemos perceber os prenúncios de tal estágio no presente. Porém, há um mundo quase que totalmente desconhecido ainda, que é o nosso próprio mundo interior. Houve um ponto na história em que o homem errou o caminho e enveredou - para não dizer escolheu - pelo caminho que nos levou até este ponto em que estamos. Dirão alguns que a Psicologia, já há muito tempo, nos descobriu este mundo. Mas, não é deste mundo que desejo falar, pois ele é demasiadamente humano. Então de qual "mundo" estou falando? E se existe como chegar lá? Há algo lá? É possível?... O que nos é desconhecido instiga nossa curiosidade e nos enche de perguntas. Que bom que é assim.
Apesar de todo o progresso da Ciência, do Saber, da Técnica que o homem possui, é pouco... Quase nada se tem conseguido para chegar a este Mundo do qual estou falando. O instrumental que o conhecimento humano nos proporciona não é suficiente para alcançá-lo. É preciso, antes, transcender este cárcere conhecidos sentidos humanos para começar a entrar em contato com a plenitude a que temos direito. Chega de viver uma vida monótona, cheia de tédio e de insatisfação, enfim, uma vida que não é Vida! O tato, o olfato, o paladar, a audição, a visão e o sentido somestésico são apenas alguns dos sentidos que conhecemos e desenvolvemos e, por isso, só conhecemos o que nos permitem tais sentidos. Aí então, vamos vivendo a nossa vida como se aquilo que percebemos fosse a verdadeira Realidade.
Porém, e isso é fundamental, possuímos muitos sentidos além dos que usamos; são dezenas, centenas, milhares... Somos um corpo inteiramente sensitivo, voltado para a recepção de todas as forças e energias do universo e, no entanto, ficamos restritos à meia dúzia de maneiras para apreender a Realidade e, então, com estas mínimas, vulgares, quase desprezíveis percepções forjamos, para nossa própria segurança psicológica, uma realidade falsa e por isso, mentirosa e enganadora e, portanto, irreal! Mas alegremo-nos! Já é possível dar o salto para uma Evolução Criadora, aliás, este salto já foi dado e está a nossa disposição há mais de 2000 anos. Como assim? Quem deu esse tal salto? - Alguns podem estar se perguntando e alguns outros já sabem a resposta.
Há dois mil anos atrás, mais ou menos, Jesus deu este salto e deixou o caminho aberto para quem quiser. O caminho para uma evolução criadora, para uma vida plena e abundante. Ele nos abriu as portas do Reino de Deus, embora tal Reino já estivesse dentro de nós, mas era preciso que Ele viesse para nos abrir a porta. Trata-se do Salto Espiritual.
Uma enorme interrogação surge em nossas mentes: "Se a porta foi aberta há dois mil anos por que não foi vista?”. E eu respondo - ela foi vista, por poucos, é verdade, mas foi vista.
Não foi vista por todos porque a interpretação dos judeus - Jesus era judeu - a respeito do Reino de Deus era somente terrena, por demais de acordo com a natureza humana, sem nenhuma centelha divina aparente ainda não se evidenciara, mas com a chegada do Messias, começou a manifestar-se no interior do homem e já podia começar a acender-se. Deus não pensa pequeno, como nós.  Então é preciso deixar este Reino que está dentro de nós, manifestar-se como tal: ESPIRITUAL! É o Espírito que fala de agora em diante, deixando a estreiteza do pensamento humano e penetrando na largueza do pensamento divino. Embora ainda num corpo material, não deve ser mais a matéria (os sentidos) que continua a falar apenas. Que se dê a palavra ao Espírito, ao imaterial que, na verdade, sempre esteve em nós, animando o corpo humano material - é o sopro da Vida, dado pelo Criador desde o início dos tempos, mas que somente com o advento de Jesus - e através dele - passa a manifestar-se, pois, antes d'Ele, vivíamos sob o domínio da Lei, dada por Deus e escrita em papel perecível - éramos apenas carnais. E somente com a Lei era impossível dar o salto para o Espiritual – o salto no absurdo da fé.
Com o caminho já aberto por Jesus, um novo pacto foi feito, com a boa notícia trazida por Ele. Isso se tornou possível - o Reino de Deus chegara para habitar dentro de nós. Diante de tal Reino, de tal maravilha, somente nos resta apontar nossos passos para trilhar este Novo Caminho que, por ser novo, pode muitas vezes ser mais difícil caminhar - e até mesmo encontrá-lo -, porque o ser humano prefere o velho caminho no qual já está acostumado, apesar de irreal; estamos, ouso dizer, como que viciados no velho e largar um vício não é fácil, principalmente por tratar-se do que se trata, ou seja, deixar a maneira material de pensar a vida, solidificada por milênios de tradição, para abraçar o Novo Caminho - o do Evangelho - o qual só pode ser trilhado andando pelo Espírito. Mas isso não é difícil para aquele que se dispuser a colocar-se nas mãos sempre estendidas do Espírito Santo de Deus. E elas estão sempre estendidas aos homens, pois, fomos criados segundo os propósitos de Deus, para sermos a sua mais preciosa obra, à sua perfeita semelhança.
Qual é a ideia que fazemos de Deus? Ela tem sua origem em nossa parte humana ou divina? Material ou imaterial? Será que fazemos Deus à nossa imagem, como faziam os gregos com os seus deuses? Se o fazemos, então devemos apagar o que está escrito em Gênesis, capítulo 1, versículo 27 e, em seu lugar, escrevermos "E o Homem criou deus à sua imagem...". Outra pergunta se impõe: Em que tipo de Deus quer que acreditemos? É aquele criado pelos homens religiosos e que pretendem encerrá-lo num templo físico, erroneamente chamado de igreja?
Não é tarefa fácil responder a estas perguntas. Porém, não nos esqueçamos de que tal como os discípulos que no princípio acompanhavam Jesus e viam tudo o que Ele fazia, custaram a perceber que Ele era o Messias, quão mais difícil é para nós, hoje, perceber isso. Assim, não desanimemos porque, há seu tempo, Ele se revelará àqueles que o procuram. Apenas tenhamos paciência - o Tempo de Deus não é igual ao tempo do homem.
Deus se mostra aos poucos - ele usa conta-gotas!

EP. Gheramer
www.gheramer.com.br

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