FALTA DE EDUCAÇÃO
FALTA DE EDUCAÇÃO...
(Por Maristela Ormond)
Um dia destes,
estava eu como acompanhante num hospital público, mas como eu era a segunda
acompanhante não foi permitida minha entrada. Então tomei outro caminho e
fiquei a espera das duas pessoas que talvez precisassem de meu auxílio.
Era um dia
desses de muito calor, sol escaldante e me posicionei em uma pequena praça onde
as pessoas leem, tomam um refrigerante, conversam, enfim, esperam por alguém ou
algo num canto mais aconchegante. Porém o calor realmente estava insuportável e
só o mormaço dos trinta graus já era suficiente para que eu procurasse um lugar
mais ameno e confortável, então procurei sentar-me em um banco ao lado de uma
pequena lanchonete, acompanhada de meu livro e uma boa garrafinha d’água para
espantar o calor.
Passado algum
tempo um rapaz acompanhado de uma garota sentou-se ao meu lado. De imediato senti
logo um desconforto, pois o banco era de madeira feito de ripas e o rapaz tinha
mais de cem quilos acredito eu. Deixo claro aqui que não faço nenhuma objeção
às pessoas bem dotadas de camada adiposa, muito pelo contrário. Mas o rapaz não
se sentou, ele simplesmente levantou-me, pois se jogou no banco de um baque que
pensei ter escolhido uma gangorra ao invés de um banco e a sua companheira fez
o mesmo.
Pensei comigo:
acho que estou mesmo ficando velha, pois se fosse sentar-me ao lado de alguém
seja onde for primeiro pediria licença, uma vez que o lugar estava sendo
ocupado por outro alguém e segundo, tentaria sentar-me o mais suavemente
possível para não incomodá-lo. Mas vá lá, tudo bem. Continuei minha leitura até
certo ponto, pois comecei a ler a mesma frase pelo menos duas vezes porque não
conseguia compreender e prestar atenção, pois a fala dos dois era tão alta que
incomodava e no mais estavam com um belo sanduiche cada um, big alguma coisa e
de vez em quando trocavam para experimentar o sanduiche do outro.
Mesmo que eu
não quisesse, como não sou surda, fui obrigada a ouvir a conversa que foi de
comida a carro e todo o assunto é claro, entre uma mastigação e outra. Quando a
conversa chegou a um determinado auge a garota encostou-se bem perto de mim e usou-me
como encosto para as costas. Fiquei abismada e recuei um pouco mais para que
fosse notada, ocupando um espaço ainda menor para que ela ficasse a vontade.
Terminado o
“lanchinho” dos dois, um deles fez menção de buscar outro “sanduba” e eu pensei
comigo: Meu Deus vou ter que procurar outro abrigo, mesmo porque já havia lido
a mesma página do livro pelo menos duas vezes... Mas afinal não foram buscar o
tal lanche e ao terminarem jogaram o saco de sanduíche melado em frente ao
banco sem nenhuma restrição. Involuntariamente olhei para o lixo jogado
assustada, olhei também para o casal e recebi em troca um olhar do tipo eeee???
Logico que fiquei sem graça , quando não era eu quem deveria ficar, mas tentei
ignorar o fato e continuar minha leitura, claro na mesma página do livro,
fingindo nada ter visto.
Acabaram então
de tomar o refrigerante e antes de levantarem-se, o rapaz virou para meu lado e
deu um tremendo arroto saindo os dois sem tirarem o lixo jogado e achando graça
daquilo que haviam acabado de fazer...
Agora me
respondam isso não é falta de educação e Educação?
Um país que
leva a sério a Educação com certeza terá um povo mais educado. Acredito
demasiadamente nisto uma vez que com certeza seriam filhos de pais educados e
consequentemente também teriam um pouco mais de compostura e sabemos
perfeitamente que foi delegada a Educação também tratar da educação que deveria
ter vindo de berço e no mais a cobrança de que somos um país onde a leitura,
escrita e raciocínio lógico estão deixando a desejar nos faz pensar que temos
que melhorar nesta parte quando na realidade sabemos que nosso povo precisa
mesmo é de melhorar em vários aspectos para que possamos atingir outro nível de
aprendizagem como, por exemplo, a manutenção do patrimônio público e por aí
afora...
“Educação
gera conhecimento, conhecimento gera sabedoria, e só um povo sábio pode mudar
seu destino.” (Samuel Lima).
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