As Relações Interpessoais
Em um mundo formado por pessoas, o relacionamento é inevitável. Mas, como se dá esse
relacionamento? Como eu me comunico com você?
Como
“Você” se comunica com “Eu”? Como “Nós” nos comunicamos?
De
um ponto de vista postulado como ideal, haveria harmonia e as coisas
aconteceriam serenas e tranquilas – que maravilha!
Muito
bem. Nós sabemos que não acontece assim. Por que não?
É...
O homem está mesmo entregue às baratas. As coisas vêm e são aceitas como
verdadeiras, como reais... É o homem-meio-ambiente. Pode ser controlado e
dirigido. Isto é uma realidade, mas, por que não é visto por todos? Eu diria
que é porque isso não é divulgado – não interessa que o seja!
A
Psicologia Comportamental – controla o comportamento - surgiu numa época em que
serve para ser usada como um instrumento de sujeição.
Parece
que estou de volta à Idade Média. Vejo os senhores feudais em seus castelos e,
à sua volta, as casas dos aldeões e o comércio. – a troca de mercadorias.
Naquele tempo se plantava e colhia, o excesso era trocado. Era a economia de
subsistência e a riqueza consistia na posse de terras pelos senhores feudais.
Veio
então a Revolução Comercial e com ela apareceu a classe burguesa. E agora
temos: os senhores feudais – um tanto enfraquecidos -, os burgueses – cada vez
mais fortes – e o resto. Uma coisa natural. Alguns são mais “aptos” e o resto
continua a ser a maioria. Marx dizia que haveria de chegar a vez do “resto”.
Achamos que não existe “resto”. O que existe é um todo que vai sofrendo
transformações e ao mesmo tempo, as localiza no tempo e no espaço. E, ao
fazê-lo, estereotipam aquele comportamento – ficam gravados. Mas, a história da
vida é sempre nova. Cada ser que nasce após outro, já encontra um mundo
diferente e, por isso, as coisas gravadas são outras e, portanto darão
respostas diferentes a estímulos diferentes – aí está a Psicologia
Comportamental que não me deixa mentir.
Ora,
o que aconteceria se os estímulos fossem padronizados? – Não estão em discussão
os meios de fazê-los.
Se
os estímulos fossem padronizados, cada novo ser que nascesse encontraria o
mesmo mundo, isto é, os mesmos estímulos e, por consequência, dariam as mesmas
respostas. Porém, uma pergunta se impõe: quem criaria os padrões? Sem dúvida
alguma, o próprio homem – não há mais ninguém, é ele o ser pensante, o ser
racional. Nada mais óbvio.
Mas
é aí que gritamos: isto seria a dominação do homem pelo homem. Mas, não tem
sido assim desde o princípio dos tempos? Os métodos – inconscientes/ naturais –
de dominação ou controle, como queiram, é que mudam se aperfeiçoando e se
confundem com a realidade social. Os primeiros cientistas comportamentais alardearem
que a cada estímulo corresponde uma resposta e vice-versa. E o andar da
carruagem nos mostra que é isso mesmo. Triste realidade presente ou só agora o
homem está consciente para perceber isso? De que modos são usados esses métodos
de controle social e necessários, mas que, também, são usados de maneira
consciente para sujeitar o homem? É aí que ele para e julga. E a necessidade do
julgamento implica numa escolha.
É
o medo nuclear, é a defesa dos direitos humanos... Todos querem participar dos
destinos do mundo. Não confiam mais nos governantes que elegem e, muitos menos,
nos que elegem a si mesmos, os ditadores. A desconfiança nos leva a acreditar
que as pessoas só fazem as coisas com um fim em vista, não se crê mais na
espontaneidade, no desinteresse. Desconfiam dos amigos, criam inimigos em sua
mente. O homem está com medo, está inseguro de si – todos estão. Há medo na
Humanidade. A emoção domina completamente o julgamento, embota a percepção,
entristece e deprime.
Atualmente
o relacionamento se dá com desconfiança, sem espontaneidade. É preciso ser
coerente e ser coerente significa expressar comportamentos estereotipados e
universalmente aceitos socialmente. Os sentimentos e as emoções não saem mais
lá de dentro. Pelo contrário, são dados de fora: “alegria se sente assim...”,
“amor, assim...” e por aí vai. Todos procuram na igualdade de costumes do
grupo, a segurança da qual abdicou – ou foi forçado a isso – de sua espontaneidade;
abandonou a máxima “seja honesto consigo mesmo – nunca finja afeição”.
Somente
uma profunda autoanálise pode nos devolver a autenticidade e a dignidade, o
valor e a alegria que há em viver e se relacionar.
EP.
Gheramer
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