Ser mãe na Terra é ter a marca de Deus na alma
Art: Carrie Preston
Fonte:http://www.hypeness.com.br/2014/07/barrigas-de-gravidas-viram-telas-para-artista-criativo/#
Ser mãe na Terra é ter a marca de Deus na alma
( Por Claudiane Ferreira)
Quem alguma vez já leu Lya Luft,
sabe que é quase impossível para um leitor ficar emocionalmente inerte, porque
Lya nos puxa, tornando-nos parceiras de suas inquirições.
Acabo de ler “O rio do meio”
(1996), um livro fascinante como tantos outros de sua autoria. No capítulo 5,
subtítulo “Eu falo da vida e suas mortes”, em certo ponto, ela discorre dizendo
que “junto com o filho gestamos dúvidas:
dar a vida será dar a essa criança sua individualidade suas derrotas e
conquistas... Cada filho rasga em nosso flanco uma ferida por onde entram dores
e alegrias, e não seremos mais donas de nós”. E mesmo já sendo crescidos,
já com sua profissão e família “continuaremos
– ainda que disfarçadas, atentas, aprendendo que amar é tantas vezes um
mergulho cego”.
Pois quantas de nós, ainda que inconscientemente,
se sentem culpadas pelas “derrotas” dos filhos e se questionam “e se eu tivesse
educado diferente, e se eu não tivesse mimado, e se eu...” Confesso que até
para mim, que acredito que cada relacionamento nesse plano contém potencial
para o desenvolvimento espiritual de cada ser, inclusive, aquele por nós gerado
ou nos presenteado, não sei muito bem lidar com suas “dores” e sofro por me
sentir incapaz de protegê-los, nessas ocasiões o que me salva é a fé. Ainda que
eu não tenha mais filhos pequenos, ainda assim estou engatinhando nesse misto
de sentimentos que a maternidade expõe.
Gerar é uma dádiva. Creio não ter
um ser mais estranho que mãe, e não poderia ser diferente, afinal são nove
meses de uma estreita ligação afetiva e por mais que o pai esteja presente,
nunquinha saberá a delícia de ter alguém dentro de si compartilhando emoções. Não
será um mero corte físico no cordão umbilical que interromperá essa mágica. Mãe
pode até ter consciência e reconhecer os “defeitos” da sua prole, mas não dá o
direito a ninguém (muitas vezes, nem mesmo ao pai) de ousar externá-los. Caso o fato aconteça, se transforma na maior
advogada de defesa desse planeta.
“Vós sois os arcos dos quais
vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem rápidas e para longe.” 1.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem rápidas e para longe.” 1.
A maternidade é um instinto
biológico, quando morei em Guarapari fiz amizade com uma mulher que sublimou
tal instinto. Na época não conseguia compreender. Hoje entendo, pois ser arcos
é uma tarefa que exige grande responsabilidade e discernimento.
(1) Gilbran Kalil Gilbran
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