PAZ

PAZ
(Maristela Ormond)

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            E os fogos estouram pelo céu deixando o horizonte cada vez mais colorido. As pessoas observam cada estrela, cada rajada, cada brilho, comemorando a chegada de um novo ano. A humanidade une-se em um contar de tempo mesmo que com algumas horas de diferença, à expectativa de uma nova jornada de esperanças, de uma nova jornada de vida e de fé no futuro. E a comemoração se dá por encerrada na chegada de uma nova contagem...
            Percebemos então que tudo está como antes. Percebemos que comemoramos e fazemos vários votos de que seremos melhores, cada um de seu jeito e logo após estamos lá nós praticando os mesmos absurdos, os mesmos erros e a mesma pessoa com a qual nos confraternizamos na noite da passagem é capaz de não ser mais a mesma, tornou-se um inimigo.
            O mundo continua cheio de preconceitos, guerras ideológicas, desentendimentos religiosos por mais que existam pessoas que discursem o contrário tentando fazer com que a paz se estabeleça.
            A humanidade procura na maioria das vezes, falar sobre o que deu errado assim como estou fazendo neste momento. As lembranças de algo ruim são as que prevalecem para o homem. Por que não noticiamos sobre aquela pessoa que fez um bem ao outro, que conseguiu manter a paz em algum lugar do mundo, aquela pessoa que doou algo em prol de seu irmão tirando dele mesmo para ver o sorriso no rosto do outro ou aquela pessoa que se descobriu para cobrir o próximo e não deixar que se queimasse de frio ou de sede... Pois é, as mudanças que temos e precisamos fazer no mundo para que prosperemos são exatamente essas. Não nos alimentarmos de maldades, de desgraças que acontecem aqui e acolá, não nos alimentarmos de noticias ruins, de linguajares perniciosos que matam literalmente a autoestima do semelhante, não nos alimentarmos de palavras vãs que caluniam e colocam o outro na sarjeta das injúrias, mas falarmos sempre algo de bom que observamos em algum lugar, algo maravilhoso que aconteceu na casa de nosso vizinho, depor a favor da bondade, a favor da benevolência, impedindo que pequenas guerras se tornem grandes dissipadoras de homens, impedir que nossas crianças observem e aprendam o mal,  mas que observem e aprendam a benevolência que vem dos homens para que o mundo seja transformado num paraíso, aquele mesmo paraíso que até hoje choramos porque perdemos, porque sempre tentamos culpar alguém por essa perda. Assim com esta transformação não veremos mais no próximo um “babaca”, presa fácil, mas uma pessoa do bem que modificará o mundo, talvez não do dia para a noite, mas paulatinamente, de forma que nos tornemos seres dignos de haver sido criado à imagem e semelhança de nosso Pai.   




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